terça-feira, 26 de abril de 2011


Minhas palavras são a metade de um diálogo

obscuro continuando através de séculos impossíveis.

Agora compreendo o sentido e a ressonância

que também trazes de tão longe em tua voz.

Nossas perguntas e respostas se reconhecem.

Como os olhos dentro dos espelhos.

Olhos que choraram.


Conversamos dos dois extremos da noite,

como de praias opostas.

Mas com uma voz que não se importa…

E um mar de estrelas se balança entre o meu pensamento e o teu.

Mas um mar sem viagens.



(Cecília Meireles)