domingo, 30 de agosto de 2009

Seres humanos, a dor do pensamento



Somos geneticamente estúpidos ou/e muitas vezes nos deixamos apenas ser.
Tentam nos fazer engolir que existe a liberdade e “cegos” fingimos que acreditamos.
A utopia é a única forma que existe livremente em todos os cérebros.
Somos todos míseros soldados do aglomerado humano. Míseros mortais sem explicação.
Alguns tentando vestir se moda, outros tentando fugir da mesma, se iludem com a falsa sensação de escolha.
Comemos comidas saborosas com à consciência pesada e a mente podremente culpada, ou comidas naturais e nos sentimos programados e previsíveis.
Vivemos do ócio criativo ao eterno tédio destrutivo.
A ambigüidade que nos move, move também o mundo, o caos é a confusão, a dualidade se instaura. Desejamos e pensamos entre dois pólos distintos, o ser e o estar, o certo e o errado, o bem o mal, a vida e à morte.
Somos protótipos e esperamos que em determinado momento alguém nos rotule em uma determinada prateleira ou nos mesmos acabamos fazendo isto.
Definimos todas as pessoas (nos também) seja em classes sociais, música, cinema, religião, opção sexual, cor preferida ou mesmo cor da pele.
A verdade é uma só, ninguém se satisfaz com a vida. E mesmo tentando nos definir entre as diferenças, o que é nítido é a semelhança entre nós: seres pensantes, porém sem as maiores perguntas respondidas, somos curiosos, mas não temos condições de saber se “o big bang” é realmente verdade ou é mais uma teoria evolucionista fálida. Se nascemos com alguma missão, ou nossa única missão é morrer a partir do momento em que estamos vivos. Raciocinamos e criamos a guerra para obter a paz. Ao invés de à paz pela paz. Estupidamente cria-se a bomba que destrói nosso planeta. A arma que mata outro semelhante. A droga que destroí em câmera lenta.
O vazio existencial assombrou nossos ancestrais e vai continuar nos assombrando, até que o homem "quem sabe"um dia tenha evoluído o suficiente e consiga encontrar respostas- e não hipóteses, que ora são “as da vez”, ora são desmascaradas.
Enquanto o caos não se instala por completo, para mostrar que estamos grotescamente errados, com nossas vidas capitalistas(egoístas)desvinculadas totalmente da espiritualidade- continuamos seguindo, vamos ocupando o vazio com o trabalho, arte, filosofia e psicologia. Preenchendo lacunas de medo, angústia e tristeza, que são consequências do próprio vazio.
Infelizmente é difícil perceber que, quanto mais fugimos do vazio existencial (que nos faz mergulhar no mais obscuro de nossa alma para obter evolução espiritual). Mais somos vítimas- nos tornamos consumistas “frustrados”, à comida desregulada fingi alimentar o estômago, mas deseja alimentar a “alma” (o vazio da alma). Os vícios altamente destrutivos(drogas, jogos de azar, e etc..)também. E nada é preenchido, o vazio continua lá, alojado, imóvel. A única forma concreta que preenche é a busca por entender a si mesmo. O mergulho sem medo, na escuridão chamada ser humano.

( Maynna Delle Done )

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Comportamento


Tão evidente quanto o perigo de uma pandemia mundial quando se diz a respeito da gripe suína, é o comportamento muitas vezes exagerado e inquieto de jovens, principalmente universitários. Tenho observado bastante algumas pessoas novas no meu círculo de amizades e por mais diferentes que sejam existe algo em comum e em evidencia entre elas: estão sempre a procura de respostas, sentem se frustradas por não saberem ao certo o que querem fazer da vida e afirmam viver intensamente cada momento , salvo raras exceções . Um dia desses em conversas de barzinho no meio a aula vaga da faculdade, conversávamos sobre diversos assuntos. Um deles me chamou a atenção e me trouxe a escrever.
Século XXI jovens revolucionários quando se trata principalmente de sexualidade, afirmam conhecer as coisas do mundo e ter vivenciado as mais diversas experiências e mesmo assim no profundo da alma, pude notar um vazio enorme gritante e perdido ao meio de tantas experiências. Mas de que experiências estão falando? Provar uma droga qualquer, gostar ou fingir que gostou beber até cair e chorar depois ao voltar a realidade ou ao contrário disso, rir, rir muito das pessoas ao redor, rir do nada, das coisas que acham entender e não entendem , acordar no dia seguinte prometendo que nunca mais vai beber ou então achando o máximo aquele mal estar misturado a sensação de poder e fragilidade .Encher a cabeça de antidepressivos e ser capazes e corajosos o suficiente pra dizer que são donos de si . Experiências das mais estranhas apaixonarem - se pela amiguinha ou amiguinho no pré-primário e vir a dar conta disso quando estiver por volta dos 17 anos , for contra tudo e todos , achando que todos são incapazes de compreender esse novo e ao mesmo tempo tão velho desejo proibido. Confundir - se com estilos, criar os próprios e sentir - se cansada dessa mesmice, das velhas roupinhas, do corte de cabelo que para muitos parece ser estranho e diferente. Ai é que ta o barato. Ser a diferença ao meio de tanta gente igual. Hipocrisia? Talvez.
Depressão, mas que merda é essa que esta presente na cabeça de milhares de pessoas independente de serem jovens, idosos, adultos. Até mesmo as crianças já sofrem com esse desequilíbrio. Ter um terapeuta tornou - se tão natural quanto comer todos os dias. Difícil era escutar há tempos que alguém fazia terapia. Muitos consideravam coisa de louco. Louco mesmo é quem se diz não cometer loucuras de vez enquando . Louco é quem acredita que psicólogos e psiquiatras são especialistas distantes de uma realidade complexa.
Por algumas vezes tentei entender esse comportamento, mas o só observar não foi o suficiente pra me dar as respostas necessárias pra esse meu querer entender mesmo porque sou parte dessa falta de entendimento.

( Andreza Palanca )

A Morte Devagar




Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.