terça-feira, 27 de julho de 2010
domingo, 18 de julho de 2010
Eu escrevo assim pequeno
E é assim porque poemas pequenos não machucam. Vez ou outra fazem alguma cócegas, apenas isso. Mas não chegam a sangrar. Não ferem profundamente porque acabam antes da dor.
Mas eu confesso. No fundo eu minto.
Porque escrever sangra. Seja lá de que tamanho for a escrita. E sangra porque para escrever é preciso se abrir de um jeito inexplicável. E eu me abro. Exponho vísceras, coração e veias.
Dilacero - me.
E ao meu cortar jorram palavras e tintas e placentas junto com o sangue denso e rubro.Tudo misturado e caótico. E as vezes é uma nojeira, mas as vezes é a coisa mais linda! Um quase milagre. Ou um orgasmo. É um nascer-me.
É desse jeito que eu escrevo.
Eu escrevo no avesso do dia. Quando a luz não grita e a vida faz aquele silêncio palpável, mastigável.
É também quando no mundo ventila aquele gosto de imortalidade. E até meu coração, meu trêmulo coração, escorre em minhas mãos.
Encontro inspiração quando em tudo faz aquele silêncio gostoso da madrugada. E eu percebo minha solitude. E eu faço de conta que tudo é meu e nada existe além dos muros da minha pele. Ai me entrego e me abro inteira. Devolvo-me a voracidade intensa que me lateja o tempo todo.
Quando entre o negrume do céu e a umidade da pele percebe-se aquela explosão mascarada de quietude ... No avesso do som, na beirada do improvável, mergulhada no impossível ... É ai que eu encontro minha poesia.
E a gozo - languidamente - na língua da noite.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
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