quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

MEMÓRIAS



O que lhe sobra? O que deu. O que generosamente entregou. Isso lhe sobra. Memórias de amor. Memórias de afeto. Memórias de gestos pequenos, como a orquídea ... presente de um João. Sobra-lhe a lembrança dos olhos apaixonados de seu amor maduro. Sobram-lhe   três músicas !

SZN



Nada contra, mas tenho meu ritmo e sou feliz no meu compasso.
Não preciso sair todos os finais de semana, o fim de semana inteiro, nem me jogar numa balada muito louca, onde todos gritam ninguém se ouve e parece que o mundo vai acabar caso o nível etílico esteja baixo.
Saio quando quero. Faço os programas que gosto. Nunca me divirto por obrigação.
Uma peça, um encontro com amigos, um café, um bom filme na madrugada, um final de tarde em frente ao mar, o céu no meu terraço...qualquer coisa pode ser motivo de alegria. Afinal, estamos vivos, desfrutando de tantas coisas boas sem perceber.
Não sinto solidão, mas às vezes sinto falta de pessoas que amo.
Ainda não entendi como tantas pessoas com interesses afins não se juntam para aproveitar coisas boas da vida. Mas essa é uma imensa digressão!
Sinto-me estranha ao ter que responder, com freqüência: o que você faz em casa numa sexta-feira a essa hora?
Confesso que minha criatividade está acabando e não sei mais como reagir a isso. Talvez valha uma dissertação de mestrado - A necessidade do indivíduo pós-moderno: fugir de si mesmo nos finais de semana!
Por favor, antes de qualquer coisa, tente entender que gosto de mim mesma e isso não me faz gostar menos dos outros; adoro estar comigo e também amo estar entre os que gosto, mesmo aqueles que ainda não conheço o suficiente para ter certeza que gosto; fujo de gente mal-humorada, agressiva, e rancorosa, e, apesar de rotular, tenho humildade suficiente para reavaliar e reconhecer meu erro... Ou seja, estou sempre avaliando - a mim, aos outros, os ambientes, as situações.

Estou em constante exercício mental. Se pareço parada, não se iluda. Há muita coisa acontecendo sem que você perceba!

QUASE







"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."





ETERNO



Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.

Alberto Caeiro



Antes o vôo da ave, que passa e não deixa rasto,

Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.

A ave passa e esquece, e assim deve ser.


O animal, onde já não está e por isso de nada serve,

Mostra que já esteve, o que não serve para nada

A recordação é uma traição à Natureza,

Porque a Natureza de ontem não é Natureza.


O que foi não é nada, e lembrar é não ver.

Passa ave, passa. E ensina-me a passar.


( Alberto Caeiro )



sábado, 1 de janeiro de 2011

Ovelha Negra


Levava uma vida sossegada, gostava de sombra e água fresca

Meu Deus! Quanto tempo eu passei, sem saber!

Foi quando meu pai  me disse:

"Filha, você é a Ovelha Negra da família"

Agora é hora de você assumir

 E sumir!



Não adianta chamar quando alguém está perdido procurando se encontrar