sexta-feira, 29 de janeiro de 2010



" UM AMOR PRA RECORDAR "


Sabe quando ta tudo chato demais? Ta faltando alguma coisa , eu sinto que tá ... mas não descobri ainda o que poderia ser. Os dias vão passando e eu refletindo isso , aquilo e tudo parece não se mover ... embora algumas noticias boas começam a aparecer mas coisa que já era esperada , era só uma questão de tempo.
Ai, vou ficando cansada e aquela velha dor nos olhos volta a me acompanhar.

O que será que falta meu Deus ?

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010




Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

NOVEMBRO DE 1994





Muitos anos depois foi se dar conta de que o medo e perseguição que a acompanhou poderiam ter sido diagnosticado como uma primeira crise de esquizofrenia.
A noite foi de susto e correria. Notou ao longe a presença de um carro que as observava. Numa tentativa frustrada de contato com sua possível defesa, foram surpreendidas por quase um exército armado que corria como cães furiosos a caça do inimigo. Olhou pra trás e sua suspeita foi confirmada quando 3 homens mal encarados e também armados caminharam em direção ao telefone público da praça da tão famosa “ Estação da Luz “.
Foram obrigadas a subir ao apartamento que revirado por bandidos de farda procuravam em lugar errado o crime perfeito.
De costas na parede do corredor interno do prédio sentindo um tremor nas pernas e as mãos geladas, tentava acalmar a mais velha e protetora. Não estava preocupada com si, preocupava-se em consolar o choro descontrolado da mãe que responsável pela criança de apenas 13 anos não sabia como resolver a situação em que mais uma vez foi submetida pelo companheiro em fuga.
Aproximou-se um jovem senhor, calvo  e moreno anunciando ser o delegado. A procura não findava nunca e as vozes se misturavam ao meio da bagunça do apertado e observado apartamento do centro da cidade.

O dia chega e o sol marca firmemente sua presença naquela manhã de quarta – feira do mês de novembro de1994.





sexta-feira, 22 de janeiro de 2010





Era hora de parar e descansar. Sentia uma tristeza leve e ao mesmo tempo profunda. Latente daquelas que não se deixa ir embora, daquelas que nos quer lembrar o tempo todo que não estamos sós. Estamos com ela.
Respirava aliviada um suspiro que há tempos não era capaz de dar. Caminhava com leveza e clareza pela praia, enxergava agora o que antes não podia. A água agora era clara, cristalina, pura. Tinha consciência de tudo e era só.
Era um cansaço constante como quem precisa dormir dias depois de noites sem dormir. Antes dormia porém agora o corpo e a mente descansavam. Descansavam de si mesma, da tormenta que ela mesma criara.
Não sabe dizer até agora como chegou aonde está. Como se livrou da tormenta, das noites mal dormidas, quem lhe trouxera o respiro e o suspiro de volta. Não sabia, tentava saber, olhar, entende; como sempre, era daquelas que não se continha em não entender, mesmo aquilo que não era para ser entendido. Talvez nem devesse mesmo entender, pensava. Mas como, ´se há dias, semanas mal era capaz de fazer o ar entrar e sair dos pulmões e agora respirava com tanta facilidade. Respirava, sentia o ar entrar e sair, suspirava como quem deixa pra fora tudo o que não quer mais. E precisava respirar e suspirar ainda mais e mais.
A mente tem dessas artimanhas. Vai nos criando e pregando peças até que nos vemos num labirinto sem fim, sem saída, sem ar. E de repente, como quem se vê num emaranhado de teias, todas se desfiam e a gente cai. Cai no colchão de ar, mas com a pancada da queda.
E é essa, pancada da queda que não a deixava respirar profundamente sem o tantinho de dor. Tantinho mesmo, mas suficiente para que tirasse dela a leveza de antes. Por mais que agora soubesse disfarçar mais, andar com mais equilíbrio, levantar com mais facilidade, ainda assim não era possível descartar aquela pontinha.
Era tarde, muito tarde, mas era necessário recuperar o que tinha perdido. Era daquelas que depositava alto, apostava todos os sonhos, todas as fichas, todas as energias. E perdendo (de qualquer forma que fosse o perder), ficava fraca, com menos vida, cansada de ter que começar tudo novamente.
Mas ia, ia como quem levanta da cama todos os dias para trabalhar. As vezes a vida se tornava um trabalho diário e mecânico, com tarefas e deveres a serem cumpridos, mesmo nas férias.
Precisava ficar mais consigo, ouvir suas vontades, suas faltas, suas tristezas. Parar, olhar, enxergar, entender ou não, e enfrentar. Entrar mesmo em contato com aquilo que ela sabia que tinha ferido, doído. Era brava, não queria admitir pra si mesma que tinha aberto novamente aquele caminho, aquela ferida, ferida sabida que tinha que ser bem cuidada.
Descuidou-se, ou deixou-se descuidar pensando numa retomada, numa reviravolta. Acreditava nas reviravoltas da vida de vez em quando.
Precisava descansar, se cuidar, mas ao mesmo tempo não queria parar. Apesar de saber que era uma pausa necessária, não queria parar, com medo do que a pausa traz.
Era preciso parar, repousar para voltar. Mas tinha medo do tempo perdido, das coisas perdidas que não voltam mais. Assim como o sol de um dia de verão.
Ainda estava na corda bamba, assim como o equilibrista que sabe que, se parar, cai.

Precisava cair. Será?